《Tirador》歌词

[00:00:00] Tirador - Joca Martins

[00:00:10] Written by：RR/Jayme C. Braun/Joca Martins

[00:00:20] Tirador velho curtido manchado de sangue fresco

[00:00:26] Meu avental gauchesco que apresilho pacholento

[00:00:31] És o rude paremento do meu ritual camponês

[00:00:36] Que arrasto com altivez nas catedrais do relento

[00:00:41] Teu flecos de meio palmo lado a lado sem emenda

[00:00:46] Fazem às vezes de renda entropilhados na barra

[00:00:51] E cantam que nem cigarra fazendo acompanhamento

[00:00:57] Quando o laço barulhento cai num pealo de cucharra

[00:01:02] Se às vezes num golpe seco o laço curte e escorrega

[00:01:07] Sinto um cheiro de macega meio verde chamuscada

[00:01:13] E de cintura oitavada calço no mais o garrão

[00:01:18] Mas quem agünta o tirão és tu relíquia sovada

[00:01:43] Tu sempre andaste comigo gauderiando pelo pampa

[00:01:49] Riscado de faca e guampa manchado de criolina

[00:01:54] Em qualquer lida genuína na marcação e na festa

[00:01:59] E até nas horas de sesta forrando cama de china

[00:02:04] Por isso meu tirador cada vez que te apresilho

[00:02:09] Viro de novo a potrilho e me vem aquela ânsia

[00:02:14] De me largar na distancia contigo

[00:02:18] O pingo e o laaso

[00:02:20] Pra desentrevar o braaso nalguma lida de estancia

[00:02:25] E ao te amarrar nas ilhargas meu rude traste campeiro

[00:02:30] Eu me paro mais faceiro do que chinoca de brinco

[00:02:36] E a cada pealo que finco ouço teus flecos proseando

[00:02:41] Como que rememorando potreadas de prileicianko

[00:03:06] Quantas vezes nem me lembro meu tirador de capincho

[00:03:12] Eu te arrastei no bochincho dançando polca e vaneira

[00:03:17] E nas canchas de carreira ao pé da fogueira acesa

[00:03:22] Foste meu pano de mesa pra jogar truco e primeira

[00:03:27] E quanto rio campo afora bandeei pra o lado de lá

[00:03:32] Fazendo xaraxaxá contigo meu tirador

[00:03:38] Na culatra ou de fiador tapado de espuma branca

[00:03:43] Sempre batendo na anca do meu pingo nadador

[00:03:49] Por isso quando esta vida nos rebentar de um tirão

[00:03:54] No fundo do meu caixão serás o pano bendito

[00:03:59] Porque tu traste esquisito que sempre amei com violência

[00:04:04] És a lonca da querência que eu levo pra o infinito

[00:04:11] Eu levo pra o infinito

[00:04:16] Eu levo pra o infinito