《MARCA DE RAZ》歌词

[00:04:33] Quando eu era borregote na estância do Jaguarão

[00:04:33] Meu pai véio me acordava com a bainha do facão

[00:04:33] Me larguei pelo Rio Grande, lhe juro por esta luz

[00:04:33] Fazendo laço torcido com os fumos de Santa Cruz

[00:04:33] Fui peludo, fui taipeiro nos arrozais do Itaqui

[00:04:33] Curei uma peste brava lá nas terma do Iraí

[00:04:33] Na antiga Vila 13 fui guasqueiro de fé

[00:04:33] Gastei casco de cavalo nas tropas do Bororé

[00:04:33] Eu chibiei no Livramento, calavera não me embrulha

[00:04:33] Vendi canha e rapadura em Santo Antônio da Patrulha

[00:04:33] Ametista e Olho d'água eu conheço de verdade

[00:04:33] Aprendi com uma morena lá pras bandas de Soledade

[00:04:33] Eu sou do velho Rio Grande, tchê, eu sou do sul do país

[00:04:33] Manda acarca uma vanera, que isto é marca de raiz

[00:04:33] No rincão do Itapevi eu tenho fama de ginete

[00:04:33] Deixei um bagual sem dente no rodeio de Alegrete

[00:04:33] Fui camelô na baixada, vendi tareco da China

[00:04:33] Lá pras bandas de Cruz Alta eu cantei numa cantina

[00:04:33] Lá nas dunas de Cidreira, eu cantei pra Iemanjá

[00:04:33] E já salguei o meu couro nas cavalgadas do mar

[00:04:33] Aprendi a colher jujo com as índias de Nonoai

[00:04:33] Peguei dourado de colher nas enchentes do Uruguai

[00:04:33] Na tafona de Osório eu garanti o pilão

[00:04:33] Nas minas de São Jerônimo quase estraguei o pulmão

[00:04:33] Amansei milhas de boi, picardeando em São Gabriel

[00:04:33] Vi um sino tocar sozinho nas torres de São Miguel

[00:04:33] Tirei couro em Tucuruçu, numa maleza sem fim

[00:04:33] Eu ginetiei um capicho na reserva do Taim

[00:04:33] Pras bandas de Horizontina, cantei na Festa do milho

[00:04:33] Num carnaval da Restinga, eu desfilei num tordilho

[00:04:33] Corri avestruz de tamanco, toquei cordeona de luva

[00:04:33] Tomei um barril de vinho, lá na tal Festa da uva

[00:04:33] Num rodeio em Vacaria, destrinchei uma barraca

[00:04:33] E amanheci com as gurias despenando as curucaca

[00:04:33] Em São Lourenço do Sul num baileco da 18

[00:04:33] Deixei um bagual no escuro a tiro de 38

[00:04:33] Eu sou canal da fronteira, deixa assim porque tá feito

[00:04:33] Eu sou peão do Rio Grande e trago a marca no peito

[00:04:33] Eu sou do velho Rio Grande, tchê, eu sou do sul do país

[00:04:33] Manda acarca uma vanera, que isto é marca de raiz

[00:04:33] "Enquanto existir cordeona, só pra fazer chamarisco

[00:04:33] Com uma prenda na garupa, eu sou um gaúcho feliz"